"ENTRAR NO KATA E ESCAPAR DO KATA"

"KATA –NI HAITTE KATA-KARA NUKERU"  

 

Nas Artes Marciais existem vários Katas. Esses foram criados por nossos ancestrais, através de experiências e formação realizadas ao longo dos tempos, imaginando inúmeras situações de combates. É lógico que temos de treiná-los muito bem, mas se a pessoa entrar no Kata (forma) não poderá se mexer. Se não executar o Kata livremente sem se ligar as formas (Kata), isso não terá valor. Temos de aperfeiçoá-lo para poder movimentá-lo livremente (no Kata existem inúmeras mudanças) a fim de apresentar, inconscientemente, um Kata bastante aperfeiçoado.

 

Isso é como o condicionamento pelo treinamento de muitos anos e é também um hábito. O hábito se parece com a inconsciência, pois a subconsciência funciona. Como este hábito parece não Ter consciência própria, é difícil percebê-lo. Entendemos este hábito, pois quem treinou o Kendo tende a cortar o adversário na hora da luta e quem praticou o Sojitsu (arte da lança) tende a penetrá-la em combate.

 

Assim com um ex-funcionário público de longa carreira parece um funcionário público e um professor colegial sempre parece um professor, mesmo depois de aposentado, é difícil escapar do aspecto fisionômico. Um provérbio japonês diz: “Corrija seu hábito olhando o hábito do outro”.  

 

Um ator que atingiu um alto nível, artisticamente, representa vários personagens de vários temperamentos e personalidades. As técnicas de arte Marcial também Têm que ser assim. Movimentar-se, inconscientemente (hábito), não ligando para as coisas que o cercam e evitar que o hábito condicione, é muito difícil. A aprendizagem de Arte Marcial também têm que ser assim. Movimentar-se, inconscientemente (hábito), não ligando para as coisas que o cercam e evitar que o hábito condicione, é muito difícil. A aprendizagem de arte Marcial é para toda a vida e ainda é insuficiente. Pois, para a arte marcial não há limite (zênite).

 

Mestre Hinori Ohtsuka

Criador do estilo Wadô (1892-1982)